Flor-Cadáver: Conheça Esta Flor Intrigante

Flor-cadáver

Introdução

A Amorphophallus titanum, também conhecida como jarro-titã ou “flor-cadáver”, é uma espécie botânica que se destaca nos Jardins Botânicos durante sua impressionante floração. Com uma inflorescência que dura apenas 72 horas e pode alcançar até 3 metros de altura, essa planta atrai multidões de visitantes em busca desse raro espetáculo visual e olfativo.

A Magnífica Inflorescência

A cada dia, a inflorescência da Amorphophallus titanum (flor-cadáver) pode crescer surpreendentes 16,6 centímetros, graças ao tubérculo subterrâneo de grande porte que armazena toda a energia produzida pelas folhas através da fotossíntese.

Nome Científico e Curiosidades

O nome científico Amorphophallus titanum faz referência ao formato incomum de sua inflorescência. Vale destacar que flores e inflorescências são raras estruturas distintas, sendo a Rafflesia arnoldii a maior flor do mundo e a palmeira Corypha umbraculifera detentora da maior inflorescência ramificada. A Amorphophallus titanum, por sua vez, é considerada a maior inflorescência não ramificada do mundo.

O Raro Espetáculo

A raridade dessa planta atrai a atenção de milhares de visitantes aos Jardins Botânicos, que aguardam ansiosamente para presenciar esse espetáculo visual e olfativo antes que a inflorescência desapareça após seu curto período de floração.

Características e Endemismo

A Amorphophallus titanum (flor-cadáver) possui uma vida média de aproximadamente 40 anos e floresce apenas duas ou três vezes durante esse período. Pertencente à família Araceae, a mesma família da costela-de-adão, antúrio, lírio-da-paz e outras espécies cultivadas em ambientes domésticos, essa espécie tuberosa produz uma inflorescência em espádice, uma característica típica desse grupo. A planta é endêmica das florestas tropicais do oeste de Sumatra, na Indonésia.

A Fascinante “Flor-Cadáver”

A peculiaridade que rende à Amorphophallus titanum o nome popular de “flor-cadáver” é seu aroma, semelhante ao de carne em decomposição. Para atrair seus polinizadores, a planta emite esses odores fétidos e, para dispersá-los eficientemente, sua inflorescência gera calor por meio de um processo chamado termogênese.

Polinização e Odores

Os principais componentes dos odores emanados pela inflorescência são compostos que contêm enxofre, como dimetil dissulfeto e dimetil trissulfeto. Essas substâncias são liberadas em uma única noite e fornecem pistas valiosas aos pesquisadores para identificar os polinizadores, sendo os besouros da carniça e moscas, como as varejeiras, os mais prováveis candidatos.

Curiosidades sobre a Floração

As minúsculas flores encontram-se na base da inflorescência, sendo que tanto as flores masculinas quanto as femininas crescem no mesmo conjunto. As flores femininas, uma vez polinizadas, desenvolvem frutos esféricos brilhantes nas cores vermelho e alaranjado. Após o período de floração, a inflorescência se esgota e uma única folha emerge, sustentada pelo caule que exibe manchas brancas.

O Fascinante Ciclo de Vida

Para evitar a autopolinização, a inflorescência, denominada espádice na família Araceae, apresenta uma disposição estratégica das flores masculinas e femininas, tanto em termos de área como em momentos distintos de maturação e abertura. Quando a espata se desdobra, as flores femininas, localizadas mais próximas à base, amadurecem e permanecem viáveis por aproximadamente 12 a 24 horas, recebendo o pólen dos insetos polinizadores que as visitam. Nesse período, a espádice eleva sua temperatura em torno de 35ºC, intensificando a dispersão dos odores por meio de um processo conhecido como termogênese.

O Fim do Espetáculo

No dia seguinte, a abertura da espata diminui, e o aroma se modifica, enquanto as flores masculinas (localizadas acima das flores femininas) amadurecem e liberam grãos de pólen, que são transportados pelos insetos que ficaram “aprisionados” quando a espata se fecha e que agora começam a deixar a planta à medida que a inflorescência murcha. Para se libertarem da planta, os insetos precisam rastejar e atravessar a área onde as flores masculinas estão presentes, carregando assim os grãos de pólen para outras plantas.

O Encerramento da Floração

No dia seguinte, a espádice, que não produz mais calor ou aroma, colapsa e tomba, enquanto a planta protege completamente a bráctea para preservar o desenvolvimento do fruto. Assim, encerra-se a floração e o magnífico espetáculo de grandiosidade, cores e fragrâncias da extraordinária “flor-cadáver”.

Quando em plena floração, a planta pode chegar a pesar cerca de 75 quilos.

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